quarta-feira, 16 de junho de 2010

A primeira grande zebra


Hoje tivemos a tão aguardada estréia da seleção espanhola. Considerada por muitos como a equipe mais talentosa da copa, era fácil prever uma goleada sobre a Suíça, mesmo esse adversário não sendo uma Coréia do Norte. E o que tivemos ao final do jogo? Vitória dos suiços, por 1 a 0.
A partida teve amplo domínio de posse de bola da Espanha, chegando a 80%. Só um time encostava na bola em determinados momentos do primeiro tempo. Entretanto, o goleiro Diego Benaglio pouco era exigido. A fúria foi escalada num 4-5-1, com cinco meias excelentes e o atacante David Villa na frente. Villa não se saiu bem como referência no ataque. Apesar de exímio finalizador, ele não costuma atuar desse forma e o deconforto era nítido. Era toque curto pra lá, passe pra cá, e nada acontecia de efetivo. As alterações eram nitidamente necessárias, pois o rendimento nem era ruim, faltava concretizar as jogadas.
A Suíça jogou com uma estratégia bem conhecida: retranca, com duas linha de quatro, mais dois atacantes ajudando na marcação. Ou seja, jogaram para arrancar um empate e continuar sem sofrer gols. (não sofrem gols em copas do mundo desde 94).
No segundo tempo, o jogo permanece da mesma forma. Foi então que, numa obra sarcástica do acaso, ocorre um chutão para frente, a defesa espanhola se complica e... gol dos suíços. Era a zebra mandando recado.
O técnico espanhol Vicente del Bosque finalmente, após o gol ter complicado tudo de vez, resolve fazer alguma mudança. Coloca Jesus Navas e Fernando Torres, e o time melhora bastante. Mas já eram mais 20 minutos, e o nervosismo toma conta. Pedro entra, e abre uma opção para as jogadas na ponta esquerda. Com os lados do campo sendo aproveitados, ameaçam de vez. Mas faltava pouco tempo. Os comandados de Ottmar Hitzfeld defendem o resultado com bravura, e saem de campo vitoriosos, como se os 300 de Sparta derrotassem o exército dos imortais.
Esse foi um jogo à parte. Num torneio carente de bons meias, a Espanha tem no mínimo três espetaculares. Houve toque de bola, como não se vê muito nesse certame. Mas faltou sabedoria ao ex-treinador do Real Madrid, que escalou cinco meias contra um time que só se defendia. Não soube avaliar o adversário, agiu com arrogância e pagou por isso.
O bom é que o grupo fica emocionante de vez. Não há garantias de que a Suíça vença denovo. E a Espanha vai enfrentar os perigosos chilenos. Só espero que não tenhamos um Espanha x Brasil nas oitavas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário